sexta-feira, 20 de junho de 2014

O ALTO DO BUMBA-MEU-BOI E TGD - RECURSO EM CAA

A atividade a ser apresentada parte de um “folguedo” nordestino, mais precisamente do Maranhão, que acontece durante o período junino. No mês de junho, esse estado, nas suas diversas regiões, se prepara para a festança que envolve vários sotaques: o de matraca ou da ilha, o de zabumba, o da baixada, o de orquestra e o de costa de mão. Cada um deles, na sua especificidade, brinca com uma mistura de lenda, ritmo, dança, personagens e indumentárias.
O público para o qual a atividade foi pensada diz respeito a alunos com transtornos globais do desenvolvimento com ênfase na dificuldade de comunicação, embora possa ser adequada para outros alunos que frequentam tanto a sala de recursos quanto o ensino regular. O objetivo é desenvolver a habilidade da linguagem oral ou comunicação, bem como reconhecer e valorizar a cultura local.

LENDA

        Diz a lenda que em uma fazenda pelas bandas do Maranhão, trabalhava um casal de escravos chamados de “Pai Francisco” e “Mãe Catirina”. Catirina ficou grávida e, como costumeiramente acontece com as grávidas, tinha muitos desejos. Certo dia, teve um desejo bastante diferente. Desejou comer a língua do boi, mas não de qualquer boi. Catirina queria a língua do boi mais estimado pelo dono da fazenda, patrão ou “amo” como era chamado. E seu marido, Pai Francisco, recebeu dela a responsabilidade de providenciar a concretização do desejo. Chico, embora preocupado e temeroso, fez uma armadilha para o novilho e, às escondidas do patrão, matou o boi e tirou sua língua. Feito isso, fugiu com Catirina. O patrão, ao procurar sem êxito pelo novilho, logo desconfiou dos dois. Então, mandou seus vaqueiros e, logo em seguida, os índios para procurar. Ao encontrá-lo morto, o dono da fazenda, em tristeza visível, pediu que o pajé realizasse uma “pajelança” para curar ou ressuscitar  o boi, o que aconteceu. Com tamanha alegria, o patrão perdoou o casal e deu uma grande festa na fazenda ao som de belíssimas toadas.

DESENVOLVIMENTO

            Inicialmente, é interessante mostrar os personagens da história a ser contada a fim de que os alunos expressem seus conhecimentos e interesse sobre eles. Tais personagens podem ser visualizados por meio de cartões confeccionados para cada um. Se possível, é interessante imantar ou usar velcro atrás dos cartões para que sejam dispostos em sequência lógica.



Pai Francisco
                             Mãe Catirina


                                                 Amo ou dono da fazenda


Índia


Em seguida, os alunos recontarão a história a partir dos cartões e sequenciando-os. Os detalhes deverão ser estimulados, a exemplo das roupas, utensílios utilizados pelos personagens, falas durante a história, etc.
Após isso, a atividade pode ser continuada com músicas relacionadas ou diferentes “toadas” como são chamadas no MA, prova de comidas típicas nordestinas, danças, estudo de textos correspondentes, desenhos e montagem de painel e outros cartões confeccionados pelos próprios alunos a fim de que montem sua própria história do Alto do bumba-meu-boi e a disseminem para amigos e familiares. Outros elementos da história também poderão ser criados pelos alunos.