A atividade a
ser apresentada parte de um “folguedo” nordestino, mais precisamente do
Maranhão, que acontece durante o período junino. No mês de junho, esse estado,
nas suas diversas regiões, se prepara para a festança que envolve vários
sotaques: o de matraca ou da ilha, o de zabumba, o da baixada, o de orquestra e
o de costa de mão. Cada um deles, na sua especificidade, brinca com uma mistura
de lenda, ritmo, dança, personagens e indumentárias.
O público para
o qual a atividade foi pensada diz respeito a alunos com transtornos globais do
desenvolvimento com ênfase na dificuldade de comunicação, embora possa ser
adequada para outros alunos que frequentam tanto a sala de recursos quanto o
ensino regular. O objetivo é desenvolver a habilidade da linguagem oral ou comunicação,
bem como reconhecer e valorizar a cultura local.
LENDA
Diz a lenda que em uma fazenda
pelas bandas do Maranhão, trabalhava um casal de escravos chamados de “Pai
Francisco” e “Mãe Catirina”. Catirina ficou grávida e, como costumeiramente
acontece com as grávidas, tinha muitos desejos. Certo dia, teve um desejo
bastante diferente. Desejou comer a língua do boi, mas não de qualquer boi. Catirina
queria a língua do boi mais estimado pelo dono da fazenda, patrão ou “amo” como
era chamado. E seu marido, Pai Francisco, recebeu dela a responsabilidade de
providenciar a concretização do desejo. Chico, embora preocupado e temeroso,
fez uma armadilha para o novilho e, às escondidas do patrão, matou o boi e
tirou sua língua. Feito isso, fugiu com Catirina. O patrão, ao procurar sem êxito
pelo novilho, logo desconfiou dos dois. Então, mandou seus vaqueiros e, logo em
seguida, os índios para procurar. Ao encontrá-lo morto, o dono da fazenda, em
tristeza visível, pediu que o pajé realizasse uma “pajelança” para curar ou ressuscitar
o boi, o que aconteceu. Com tamanha
alegria, o patrão perdoou o casal e deu uma grande festa na fazenda ao som de
belíssimas toadas.
DESENVOLVIMENTO
Pai Francisco |
Mãe Catirina
Amo ou dono da fazenda
Índia
Em seguida, os
alunos recontarão a história a partir dos cartões e sequenciando-os. Os detalhes
deverão ser estimulados, a exemplo das roupas, utensílios utilizados pelos
personagens, falas durante a história, etc.
Após isso, a
atividade pode ser continuada com músicas relacionadas ou diferentes “toadas”
como são chamadas no MA, prova de comidas típicas nordestinas, danças, estudo
de textos correspondentes, desenhos e montagem de painel e outros cartões
confeccionados pelos próprios alunos a fim de que montem sua própria história
do Alto do bumba-meu-boi e a disseminem para amigos e familiares. Outros elementos
da história também poderão ser criados pelos alunos.