quinta-feira, 1 de maio de 2014

DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA E SURDOCEGUEIRA

O trabalho com surdocegueira, bem como deficiência múltipla é um desafio para qualquer educador. Aspectos como socialização, comunicação e afetividade são primordiais para o avanço da aprendizagem. Com isso, no aluno com surdocegueira ou deficiência múltipla, por apresentar comportamentos ou condutas muito particulares, o avanço educacional nessas áreas assume também procedimentos metodológicos bastante específicos.
A diferenciação entre surdocegueira e deficiência múltipla também se faz necessária a fim de direcionar o trabalho educacional a ser realizado em ambas. Segundo a Lei 7.853/10/89, já obsoleta, deficiência múltipla, define-se como a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (intelectual / visual / auditiva / física), com comprometimentos que acarretam conseqüências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.
Em contrapartida, em documentos do MEC (2006), diz-se que o termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com freqüência, para caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas.
Já em relação à surdocegueira, para BEST Tony Information Guide (definições de surdocegueira usadas em outros países. Documento sem editar), esta é uma deficiência única e especial que requer métodos de comunicação especiais, para viver com as funções da vida cotidiana. E para OLSON, Stig, Surdocegueira. (Apresentação na “A surdez: um mundo de encontro”, Santa Fé de Bogotá, 1995), Denomina-se surdocego àquele que possui dificuldades visuais e auditivas, independentemente da sua quantidade. “Uma pessoa que tenha deficiências visuais e auditivas de um grau de tal importância, que esta dupla perda sensorial cause problemas de aprendizagem, de conduta e afete suas possibilidades de trabalho, é denominada surdocega.
Diante destas definições, dentre outras tantas, Bosco (2010), colaboradora da coletânea oficial do MEC  relacionada à educação inclusiva e Atendimento Educacional Especializado, contribui conosco no sentido da ação pedagógica destinada à deficiência múltipla e surdocegueira.Dessa forma, são necessárias técnicas específicas para cada uma delas, além da ambientação, sensibilização e outras considerações.
Uma das possibilidades técnicas para o trabalho com esses alunos que  e que permite o estabelecimento de um sistema de comunicação é a “mão-sobre-mão” e a “mão-sob-mão” [Mão sobre mão: a mão do professor é colocada em cima da mão do aluno, de forma a orientar o seu movimento, o professor tem o controle da situação] ou a "mão sob mão" [Mão sob mão: a mão do professor é colocada em baixo da mão do aluno de modoa orientar o seu movimento, mas não a controla, convida a pessoa com deficiência a explorar com segurança].
Outra sugestão de atividades são as que permitem a superação da defesa tátil tão evidenciada nesses alunos. Assim, atividades que promovam o toque nos mais diversos objetos e ou elementos naturais das mais diversas características, possibilitam experiências de aprendizagem, bem como apontam novas perspectivas ao aluno.
Ainda, sob contribuição da mesma autora, devem ser considerados a comunicação e o posicionamento para o desenvolvimento de atividades. Para tanto, podem ser necessárias pessoas que mediem o contato com o meio, observação de comportamento que podem ser comunicativos, etc.
Diante do exposto, entende-se que o plano de AEE elaborado para Nayara considerou o acervo textual disponibilizado na disciplina, à medida que nas atividades pensadas são percebidas as sugestões feitas pelos autores, bem como os conceitos reconstruídos. O principal deles diz respeito à diferenciação entre surdocegueira e deficiência múltipla, haja vista que, anteriormente, pensava-se não haver essa diferença.

REFERÊNCIAS
BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010).
Folheto FACT 3 – COMMUNICATION / Primavera 2005 - Lousiana Department of Education 1.877.453.2721 State Board of Elementary and Secondary Education. Tradução: Vula Maria Ikonomidis. Revisão: Shirley Rodrigues Maia. Junho de 2008.

IKONOMIDIS, Vula Maria Apostila sobre “Deficiência Múltipla Sensorial”,2010 sem publicar.